Tuesday, January 09, 2007

Mar

Sunday, January 07, 2007

"E aí, o mundo tá em chamas. É para apagar ou colocar mais fogo?"

Friday, January 05, 2007

GOSTOSO DEMAIS

Gostoso Demais - Maria Bethânia - Composição: Nando Cordel
Tô com saudade de tu, meu desejo. Tô com saudade do beijo e do mel, do teu olhar carinhoso, do teu abraço gostoso, de passear no teu céu. É tão difícil ficar sem você. O teu amor é gostoso demais. Teu cheiro me dá prazer. Quando estou com você, estou nos braços da paz. Pensamento viaja e vai buscar meu bem-querer. Não posso ser feliz, assim. Tem dó de mim. O que é q eu posso fazer?

Tuesday, January 02, 2007

Como se formam os nossos pensamentos? Como pensamos? Pensamos de que maneira? Eu, por exemplo, costumo pensar por imagens muito mais do que sons, palavras escritas ou sensações. E essas imagens estão imbuídas nos meus valores que nem mesmo eu sei que tenho. Minhas imagens mentais estão escondidas (isso mesmo, escondidas) nas pessoas que tenho desprezo ou amor... Minhas imagens!Ah! Minhas imagens...
Criamos! Isso aí, criamos sem parar... Mas as nossas criações, quando acontecem, se dão, na maioria das vezes, quando estamos em sintonia com nós mesmos. É como, ao fazer silêncio em nossa alma, obtivéssemos respostas claras. É, não podemos escutar essas respostas quando estamos gritando, esperneando, murmurando dentro de nossas almas. A criação pede silêncio. O conheciment da alma também...
Saia daqui, seu verme! Retire deste ambiente sua presença grotesca, idiota!
Como se formam os nossos pensamentos? Como pensamos? Pensamos de que maneira? Eu, por exemplo, costumo pensar por imagens muito mais do que sons, palavras escritas ou sensações. E essas imagens estão imbuídas nos meus valores que nem mesmo eu sei que tenho. Minhas imagens mentais estão escondidas (isso mesmo, escondidas) nas pessoas que tenho desprezo ou amor... Minhas imagens!Ah! Minhas imagens...
A única realidade absoluta é a que (re)inventamos em nossa mente (insana, muitas vezes) a partir de momentos que gostaríamos que fossem possíveis. Costumamos enxergar as coisas que queremos... Ahhhhhhhh! Bendita seja a realidade absoluta. Sem ela não seríamos tão felizes!
A genialidade de um poeta não está puramente na sua capacidade de escrever aquilo que as pessoas gostam de ler. Sua genialidade vai muito além disso! Está muito mais na sua incapacidade de ser desse Mundo; está bem mais ainda na probabilidade de ser infeliz...
Amigas e amigos ... usem filtro solar. Se eu pudesse dar a vocês uma única dica para o futuro, diria: "usem filtro solar". Os benefícios, a longo prazo, do uso do filtro solar foram cientificamente provados. Porém, os demais conselhos que dou baseiam-se unicamente em minha própria experiência de vida. Eis aqui um conselho: Desfrute do poder e da beleza de sua juventude. Oh, esqueça! Você só vai compreender o poder e a beleza de sua juventude quando já tiverem desaparecido. Mas acredite em mim: dentro de vinte anos, você olhará suas fotos e compreenderá, de um jeito que não pode compreender agora, quantas oportunidades se abriram e quão fabuloso(a) você realmente era. Você não é tão gordo quanto você imagina.
Não se preocupe com o futuro; ou se preocupe, se quiser, mas saiba que se preocupar é tão eficaz quanto tentar resolver uma equação de álgebra simplesmente mascando chiclete. Os problemas que realmente têm importância em sua vida são aqueles que nunca passaram por sua cabeça, como aqueles que tomam conta de você às 4 da tarde em alguma terça-feira ociosa. Todos os dias, faça alguma coisa que seja realmente assustadora. Cante. Não trate os sentimentos alheios de forma
irresponsável, e não tolere aqueles que agem de forma irresponsável com os seus sentimentos. Use fio dental. Não perca tempo com a inveja; às vezes você ganha, às vezes você perde. A corrida é longa e, no final, você conta apenas consigo mesmo(a). Lembre-se dos elogios que recebe, esqueça os insultos. (Se conseguir fazer isso, diga-me como).
Guarde suas cartas de amor, jogue fora seus velhos extratos bancários. Alongue-se. Não se sinta culpado se não souber muito bem o que quer ser na fazer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham idéia, aos 22 anos, do que fazer na vida; outras, não menos interessantes, mesmo com 40 anos ainda não sabem. Tome bastante cálcio. Seja gentil com seus joelhos, você sentirá falta deles quando não funcionarem mais. Talvez você se case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos 40, talvez dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento. O que quer que faça, não se orgulhe e nem se critique demais. Todas as suas escolhas têm 50% de chance de dar certo, assim como as escolhas de todos os demais. Curta seu corpo e use-o de todas as maneiras que puder. Não tenha medo dele ou do que as outras pessoas pensam dele. Seu corpo é o melhor instrumento que você possui. Dance. Mesmo que o único lugar que você tenha para fazer isso seja sua sala de estar. Leia todas as instruções, mesmo que não as siga. NÃO leia revistas de beleza, elas apenas farão você se sentir feio(a). Saiba entender seus pais. Você nunca saberá quando eles deixarão de viver.
Seja amável com seus irmãos mais velhos, pois eles são o melhor vínculo com o passado e são aqueles que muito provavelmente, no futuro, nunca te deixarão na mão. Entenda que os amigos vem e vão, mas que há uns poucos, preciosos, que você deve guardar com carinho. Trabalhe duro para superar distâncias e estilos de vida, pois à medida que você envelhece, mais você precisa das pessoas que conheceu na juventude. More um tempo em Nova Iorque, mas mude-se antes que a cidade transforme você em uma pessoa dura. More um tempo no norte da Califórnia, mas mude se antes de tornar-se uma pessoa mole demais. Viaje. Aceite certas verdades eternas: os preços sempre vão subir, os políticos são mulherengos, e você também vai envelhecer. E quando você envelhecer, vai fantasiar que, quando você era jovem, os preços eram aceitáveis, os políticos tinham almas nobres e as crianças respeitavam os mais velhos. Respeite seus idosos.
Não espere apoio de ninguém. Talvez você tenha um investimento, talvez tenha um cônjuge rico. Mas você nunca sabe quando um ou outro pode te deixar na mão. Não mexa muito com seu cabelo, ou quando você tiver 40 anos, ele terá a aparência de 85. Tenha cuidado com as pessoas que te dão conselhos, mas seja paciente com elas. Um conselho é uma forma de nostalgia: dar conselhos é uma forma de resgatar o passado da lata de lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e vendê-lo por um preço maior do que realmente vale. Mas acredite em mim quando me refiro ao filtro solar.
UM GRANDE ABRAÇO PARA OS AMIGOS E UM GRANDE BEIJO PARA AS MINAS...

Monday, January 01, 2007

Você foi uma fraude! Uma bela e deliciosa fraude!
Dizem que todo romance tem começo e fim. Se não quero acreditar na frieza de uma teoria de quem talvez nunca amou, não sei ao certo. Contudo, os números não mentem. Os números, sempre eles. Os números dizem o que não quero saber. Talvez por querer acreditar em algo mais subjetivo, mais interpretativo. Os números não permitem interpretações, viagens e miragens. O números dizem, nos entrenúmeros: começo, meio e fim. E se é você, ou não, que vai caminhar comigo, não sei não. Quero um coração inquieto e corajoso. Capaz de determinar a linha do horizonte a partir do leito companheiro e amigo. Quero a imprecisão dos atos amorosos, porém, prazerosos e duradouros. Quero o romantismo moderno, suave e eterno. Quero ter uma mulher com o perfume de uma rosa preservando a defesa inexata de seus espinhos. Mas percebo nosso romance em seu último estágio: fim.
- Não quero ser injusta e coloco no outro prato da balança as vantagens ou compensações, mas parece perseguição! A balança não funciona!
- A melancolia que existe no esperar, no apegar, reflete o fosco de muitas cores que gostariam de ser vivas. A imagem projetada na miragem dos sonhos inacabáveis demonstram com exatidão indecifrável do quanto não se deve dedicar-se a quem não se dedica por você.
- Eu dedico-me muito à você, sim, seu ingrato. Você sabe disso! Mas para você tudo é muito simples. Sou mulher! Não posso decidir nada assim. Um homem pode sair e voltar de casa quando quiser. Me compreenda, estou confusa. Minha cabeça está cheia de interrogações, exclamações e muitas, muitas reticências...
- O que precisamos é aprender a nos adequar às mudanças, aceitar a nova realidade e tentar fazer com que cada momento seja especial. O que sentimos um pelo outro hoje, é especial. Amanhã ainda será? Só nos resta desejar que sim. Se é verdade que colhemos o que plantamos, vamos trabalhar duro no plantio das sementes e esperar que a natureza faça sua parte.
- Você está dando-me um fora?
- A minha resposta no momento é uma pergunta: “Será que vale a pena?” Estar longe de casa. Abrir mão do colo da mãe. Dispensar os paparicos do pai. Adiar as trocas de confidências com a irmã. Viver fazendo contas e chegar à conclusão de que – mais uma vez – o dinheiro não vai dar... E a lista poderia ser muito maior! Mas a pergunta que não pode calar é : será que vale a pena?
- ...
Às vezes, tenho a nítida impressão que muitas coisas que vivemos são mecânicas. Sinto que nascemos, crescemos, trabalhamos, reproduzimos e morremos, como se fosse realmente isso nossa missão. Esquecemos que amamos, odiamos, detestamos, nos apaixonamos, sentimos saudades, esquecemos da outra pessoa como se esquece do almoço do dia passado, conseguimos amigos fiéis, infiéis, traímos, somos traídos, comemos jamelão, nos angustiamos, nos alegramos, beijamos, somos beijados, nos beijamos, declaramos amor, nos declamam poesias, recebemos bilhetes amorosos, damos flores, somos safados, queremos ser santos, nos convertemos, esquecemos nossos passados absurdos, torcemos por algum time, detestamos algum time (de preferência rubro-negro), ouvimos rádio, dançamos ao som das músicas mais bobas, declaramos guerra ao Latino, assistimos filmes americanos, desejamos filmes nacionais, bebemos vinho em adegas, comemos bacalhau, detestamos o Eurico Miranda, sabemos que Garrincha é rei, somos lindos, nos achamos feios, lavamos roupas, deixamos roupas jogadas no banheiro, gostamos de samba, dizemos que somos eruditos, somos História, vivemos pré-história, somos brasileiros, queremos ser estrangeiros, não desistimos nunca, na primeira oportunidade desistimos, amamos as praias do Nordeste, freqüentamos Ipanema e Arpoador, dormimos cedo demais, assistimos Jô todas as noites, recebemos e-mail´s, encaminhamos e-mail´s, dormimos com ventiladores barulhentos ligados, reclamamos dos mosquitos, vamos dormir com roupas furadas, queremos ser chiques até mesmo dormindo, escola de samba é verde e branco de Ramos, escola de samba é azul e branco de Madureira. Participamos de muitas coisas que traspassam a coerência do nascer, crescer, trabalhar, reproduzir e morrer
- E você quer que eu faça o quê, meu amor?
- Fuja comigo. Eu, você e as crianças que faremos.
- Pirou? Não temos nada. Vamos viver de quê?
- Não importa! Tenho duas passagens para Brasília.
- Sabe, não tenho tempo a perder. Preciso viver muitas coisas ainda. Preciso comprar minha casa. Preciso decorar minha casa. Preciso fazer uma plantação no meu quintal. Preciso criar galinhas. Preciso enxergar o crescimento da mangueira no quintal. Preciso fazer amor com amor. Preciso ensinar meu filho jogar bola. Preciso ganhar mais dinheiro. Preciso andar de carro zero. Preciso tomar café na varanda da casa lendo jornal num domingo de manhã. Preciso ouvir que sou o cara dos lábios de uma mulher. Preciso lançar um livro. Preciso ser entrevistado pelo Jô. Preciso comer aipim frito com manteiga de garrafa todos os fins de semana. Eu preciso dar um beijo de quatro horas. Eu preciso pintar minha casa. Eu preciso ouvir da minha mulher que não sei consertar nada. Eu preciso dançar juntinho “Bem que se quis” depois de fazer as pazes. Eu preciso comer todos os pratos da comida mineira. Eu preciso usar as mesmas roupas que meu filho. Eu preciso ver o Vasco penta campeão brasileiro. Eu preciso dormir e saber que no outro dia vou ter muito trabalho no serviço. Eu preciso não ser traído na primeira, segunda, centésima, milésima oportunidade. Eu preciso ver o sol amanhecer com uma mulher legal. Eu preciso receber visitas. Eu preciso visitar amigos. Eu preciso precisar sempre. Eu preciso ouvir a batida do coração... Eu preciso dar flores. Eu preciso dormir.
Ah! Talita, Talita, Talita... Eu quero mais é que suas palavras dissimuladas se explodam no universo do seu mundinho!
Parei, como se estivesse incorporado, e percebi as pessoas no ponto de ônibus escutando a conversa. Aquele papo não deveria interessar ninguém. Era meu e de minha amada! Somente nosso. O mais interessante era que, em meio aquela multidão de desconhecidos, sentia existir somente duas pessoas de verdade. O restante eram rostos sem forma alguma, ávidos para que acontecesse uma briga séria.
Que loucura! Estamos discutindo nossa relação em plena Central do Brasil, disse.
Continue! Os camelôs e transeuntes não nos conhecem e esse forró altíssimo não permite que eles entendam muita coisa.
Sei! Mas vamos sair daqui. Esse ambiente não é propício para uma conversa a dois.
Você vai continuar ou não? Espero meses para que digas realmente o que sentes e pensas, e agora você cisma com a Central. Vê se pode?
Se são só palavras, quero assistir suas falcatruas para desmentir tudo isso. Quero escancarar de vez essa relação tortuosa e pecaminosa. Que seu corpo imundo seja queimado. É, queimado! Você queria ouvir coisa amorosas? Queria? Então vá para o raio que a parta!

Thursday, November 30, 2006

Um outro lado da situação é a ausência de figuras com as quais já estávamos acostumados; o velho vai embora para dar lugar ao novo. Será que tem que ser assim?
Não agüentei e desatei em lágrimas em frente da mulher da minha vida. A partir do momento que comecei a chorar, não conseguia dizer mais nada. Não sabia onde enfiar minha cara, mãos e pensamento. E por essa carência e insegurança que nos abraçamos e choramos por muito tempo. Heloísa pediu-me que não a abandonasse, que continuasse gostando dela e que a esperasse. Apesar de amar aquela menina, neguei correspondê-la à distância. O que eu sentia não podia esperar. Precisava viver tudo aquilo que os amantes das novelas viviam. Não poderia esperar o que, de repente, não existisse dois dias depois. Contudo, Heloísa parecia não compreender minha posição e acusava-me de egoísta e de não ser amigo de verdade. De fato, era egoísta sim. Não conseguiria estar ao seu lado sem poder tocá-la, respirá-la, admirá-la. Lembro-me bem que senti-me o homem mais tolo, bobo e enganado. O que eu gostaria, na verdade, era de estar acima de tudo que estava acontecendo, sem sofrimentos. Entretanto, não conseguia mais imaginar meu futuro sem a menina ruiva que mexia comigo, o que fazia-me sentir cada vez mais o quando estava saindo fragilizado daquela relação.
Na noite seguinte - uma linda noite de Domingo - Heloísa me procurou. Disse que queria caminhar comigo. Já havia tomado banho e só entrei em casa para trocar os chinelos, pois estava com os da minha mãe. Andávamos de mãos dadas sem dizer uma palavra. Nossa presença bastava. Heloísa tinha o Rodrigo e vice-versa.
Ela fez o mesmo! Com um olhar, penetrante e avassalador, fez-me desprender ainda mais deste mundo material e partir, por tempo desconhecido, a um lugar onde os únicos seres viventes eram eu e ela. Todo o barulho dos ônibus que passavam na rua principal, os cochichos dos transeuntes e o canto dos grilos vindo do mangue, foram extintos temporariamente de nossas audições. O som que imperava soberano naquele novo e maravilhoso lugar era o suspirar de nossos corpos.
Assim que terminamos nosso primeiro beijo, Heloísa apertou ainda mais nosso abraço, e, chorando, pediu que não a deixasse jamais. Não entendi muito bem. Eu era somente dela, inteiramente dela. O que estava acontecendo? Fez-me prometer amá-la até o último momento. Até mesmo quando não pudesse mais amá-la. Eu prometi. Estava apaixonado.
Era nosso primeiro beijo. Não poderia dar errado. Nossos dentes não poderiam bater um no outro, não poderíamos beijar o nariz por engano e nem babar muito. Esperava uma dica do céu mostrando-me a hora certa de avançar o primeiro passo. A resposta não veio, porém, quando nosso assunto esgotou, o silêncio que invadiu nossas almas permitiu que olhássemos dentro um do outro, talvez invadindo a alma com força que ninguém imagina.. A distância que estávamos era parecida com a largura da barra de chocolate que tinha dado à Heloísa e que, naquele momento, já não existia, restando somente a embalagem e o gosto doce em nossas bocas. Pude sentir o perfume do seu batom com chocolate. Que cheiro bom. Seu batom era rosa brilhante bem claro, combinando com a cor de sua pele. Lembro que primeiro nossos narizes encostaram-se. O cheiro da respiração de Helô parece ser diferente do meu. Houve um pequeno recuo, mas nessas horas não se pode voltar atrás. Nos beijávamos em pensamento, flutuando na perfeição de nossos espaços simétricos. Quando nossos lábios se encontraram, tentei encaixar de maneira perfeita minha boca em sua boquinha linda. Foi o melhor beijo que experimentara. Era uma leve mistura de batom, chocolate e da poção Heloísa – poção essa que, agora, era só minha e de mais ninguém. Nos beijamos por uma eternidade. Em nada se comparava o beijo de Heloísa com a maçã, o copo com gelo e o meu braço, que eu costumava treinar escondido em casa. Era fantástico sentir o calor e a textura da sua língua, o leve tremular de seus lábio
Nos encontramos naquela noite no valão, perto da quadra de futebol da favela. Cada um em sua bicicleta, decidimos dar uma voltas e conversar sobre o pedido de namoro que faria aos seus pais. Helô me explicava sobre minha postura e o que deveria falar. Depois de quarenta minutos de passeio, voltamos ao mesmo lugar. Encostamos as bicicletas na beirada do valão, e sentamos um ao lado do outro na calçada da rua, como se tivéssemos num cenário de uma novela de época. Apesar da minha imaginação nos levar a tempos por nós não vividos, Heloísa usava uma bermuda jeans clara, chinelos de dedo e uma blusinha branca de renda. Não lembro ao certo como vestia-me. Lembro-me bem em como o jeans, em tom claro, ficava legal naquele corpo pequeno e suave. Tudo em Heloísa combinava. Era a exata combinação do carinho e a rosa.
E eu, absorto em meus pensamentos, ora puro ora leviano, a contemplava, talvez, por segundos ou minutos; ainda não sei ao certo. Ela sempre perguntava o que estava pensando, e eu, sem saber explicar muito bem, apenas dizia: - Em você, Helô!
Heloísa era uma menina na qual sua imagem nunca seria perfeitamente interpretada. A cada momento, uma face. A cada sentimento, uma coloração. O seu rosto, e as diversas transformações que expressava, dava nomes, ainda que numa linguagem sem palavras, aos sentimentos que ainda não foram descobertos ou inventados. Era a garota que expressava descobertas futurísticas pelo simples ato de sussurrar. Entretanto, aqueles que a amavam podiam ler e sentir, enquanto prestavam atenção, o quanto a energia de sentimentos positivos exalavam da sua existência. Existia algo anormal em sua pessoa. Algo que nenhuma menina possuía. Algo santo, sacro. Por mais que eu tentasse deter-me em seu olhar, em sua pele repleta de sardas, jamais conseguiria fotografar com exatidão a beleza da sua pessoa. Heloísa era desprovida da fragilidade de ser capturada pela superficialidade das imagens. Aquela menina estava muito acima disso.
Quando fui dormir fiquei pensando em tudo que havia acontecido no dia. Passou em minha mente cada detalhe. Imaginei como teria sido se, naquela terça-feira, não estivesse em casa quando Heloísa chegou. Na certa, não seria o cara mais feliz do mundo naquele momento. Eu não conseguia dormir. Pensava sem parar. Na minha mente um turbilhão de possibilidades atordoava-me. Na verdade, pensava como um louco. Parecia que um longa-metragem passava em meu cérebro, contudo, algumas cenas, insistentemente, repetiam-se por várias vezes. Aquele abraço! Nunca ninguém me abraçou daquele jeito, como se eu fosse a pessoas mais energética do planeta deixando fluir as minhas forças de maneira eterna, inesgotável. Estava, enfim, realizado.
Fui interrompido por um forte abraço. Um abraço de verdade. Sua cabeça batia na altura do meu peito e foi ali que seu rosto colou por alguns pouquíssimos dias. Ela não disse nada. Apenas suspirava. Ela não parecia não desejar outra coisa no mundo, somente abraçar-me. Estávamos tão próximos que conseguia sentir os batimentos de seu coração, ainda verde, na altura do meu estômago. Coração este que era meu, por sinal.
Depois de algum tempo, ela me olhou e disse que precisava sentir meu calor. Pediu também que eu a abraçasse mais forte e não a soltasse jamais. Fiz e gostei. O seu peito era tão quente! Tive a certeza que o seu colo fora feito na moldura exata do meu peitoral quando Helô subiu em um paralelepípedo quebrado. Era o encaixe perfeito. Naquele momento fomos somente um, éramos grandes companheiros. Pude imaginar até mesmo nossa velhice. Aquela “menina idosa” me abraçando com a pouca força que ainda restara em seu corpo. Seríamos felizes na alegria e na dor. Por tempo que nunca consegui determinar ficamos sozinhos naquela praça. Nada mais existia; ninguém mais existia. Até mesmo os transeuntes mudaram o rumo preferindo outras ruas, outros acessos. É importante notar que somente eu e Helô existíamos e isso bastava.
Após vinte minutos de vento, risadas e desvios dos inúmeros buracos da rua, paramos em uma pracinha. Nesta praça, vários casais apaixonados olhavam-se, talvez, por horas. E conversavam olhando de perto mesmo, olhando nos olhos. Acho que deveria fazer o mesmo e saber, enfim, a sensação incrível de desfrutar de momentos a dois! Cada casal, apesar do amor que exalava no ar, apresentava maneiras diferentes de aproveitar o momento. A maioria estava ali aos beijos e paravam somente por poucos minutos. Existiam aqueles que pareciam estar em conflitos de propósito para depois aproveitar de um beijo mais gostoso. Outros só conversavam mesmo, bem de perto e se acariciando. E eu ao lado da mais bela, observava.
Naquela noite a encontrei na esquina da minha rua. Eram 19:00h em ponto quando sua Caloi parou ao meu lado. Eu estava a pé. Fiz isso de propósito, pois queria levá-la sentada no banco de trás de sua Ceci. E a sua bicicleta era boa. Corria bastante. Cada pedalada valia por duas da minha pobre bicicleta. Num instante estávamos do outro lado do bairro. Estava um clima muito quente e o vento que batia em nossos rostos, em função da velocidade que estávamos, nos refrescava. Era uma linda noite de verão. Ah! Eu lembro como se fosse hoje. Calor, estrelas, lua e muita gente na rua. Parecia que todos olhavam o casal mais bonito que passeava de bicicleta naquela noite.
Em frente à minha casa, sentados em um tronco de árvore, contávamos conquistas e derrotas. Muitas vezes planejávamos convencer alguma menina a ficar com alguém da galera. Isso tudo acontecia depois das 18:00 horas, quando a noite começava aparecer. Quando as meninas juntavam-se à galera, a festa estava completa. Além da necessidade de aparecer cada vez mais, disputávamos que conseguiria ficar abraçado com a mais bonita delas. Quase sempre não conseguia sucesso, mas acreditava que quando acontecesse não seria somente por distração, mas por algo forte e duradouro. Ao perceber a maioria dos colegas abraçados com alguma menina, sem perceber, vivia uma comédia romântica em minha cabeça. Era como estar o corpo presente e os pensamentos em outros lugares. E quando pensava em garotas, pensava em Heloísa. Foi quando, um dia, a mesma apareceu na minha frente acenando com a mão em meu rosto para demostrar que realmente eu estava longe. Levei um baita susto. Como essa menina consegue aparecer e desaparecer aos meus olhos e pensamentos com tanta rapidez?
Quando se tratava de sexo todos nós já tínhamos ficado com várias garotas. Nenhum de nós era virgem. Contávamos vantagem até mesmo sobre a duração de uma relação sexual. Mas na verdade, nada sabíamos sobre sexo. Éramos todos virgens e mentirosos. Acredito que foi melhor assim, pois ninguém deveria saber exatamente o quanto o colega é inexperiente. Quem era o cabaço da turma, geralmente, era zoado de montão e isso não era nada legal para auto-estima. No fundo, todos nós nos divertíamos, menos o chacoteado.
Na galera da minha rua existiram todos os tipos amigos mencionados. Ainda que caminhássemos rumo à vida adulta e quiséssemos parecer homens de verdade frente às mulheres, corríamos como crianças loucas pelas ruas do bairro a procura de diversão, subíamos em árvores, tocávamos as campanhas alheias e fugíamos em seguida, enfim, era contraditório nosso momento. Neste sentido, todas as brincadeiras, ainda que causasse danos às outras pessoas, eram viáveis.
Não consigo recordar todos os amigos que tive ao longo de minha adolescência. Alguns amigos chegaram e conosco permanecem por muito tempo deixando marcas impossíveis de serem apagadas. Outros passaram em curta temporada sem, ao menos, deixar vestígios em nossa memória depois de dois anos. Existem aqueles que ficam muito tempo ao nosso lado, mas por serem tão discretos podemos contar em uma única mão o número de estórias inesquecíveis. Em contrapartida, existem os amigos que passam em nossas vidas como foguetes, porém, deixam seqüelas irreparáveis.
Não tínhamos, nessa época, nem sequer um plano de como ser vitorioso, mas conseguíamos visualizar nossa realização, e assim como muitos garotos, sonhávamos distantes do que realmente viríamos ser.
Viver é bom! As garotas da turma também sonhavam ser estrelas da televisão, modelos ou cantoras. Queriam sucesso! Não sabíamos, mas o maior tesouro que tínhamos eram nossos sonhos. E hoje, um dos maiores tesouros que temos é relembrar o que sonhamos e comparar com o que realmente nos tornamos.
Lembro-me bem de cada rosto, cada sonho. Sonhávamos ser famosos e ter muito dinheiro. Queríamos muitas mulheres e carros, mas detrás de sonhos exuberantes, acredito, existir um único desejo: ser feliz. Não queríamos ser como nossos pais ainda eram. Talvez nossos pais fossem felizes, mas deveríamos ser tudo aquilo que eles sonharam e não conseguiram ser, por motivos diversos.
Crescíamos como se nada em volta mudasse com o tempo. A minha turma, além de os Nerd’s, era popularmente conhecida como os roqueiros. Apesar de nem todos serem roqueiros. Queríamos aproveitar a vida em uma favela que não nos dava muitas condições de atingir um grau considerável de diversão, contudo, exercíamos a feliz atitude de ser. E essas felicidades esporádicas, somente saberíamos ser prazerosas anos depois. Na hora tudo é muito confuso e vergonhoso. É o medo de servir de chacota para com os amigos, de tomar um não de uma menina, de tomar uma bronca do pai no meio da rua, enfim, tudo aquilo que parece ser o fim do mundo, mas que com o tempo torna-se uma grande comédia.
Tentei concentrar-me em um peixe só no lago. Seria um teste para saber o quanto poderia desligar-me deste mundo. Por instantes desejei ser aquele peixe vermelho que parecia mandar no pedaço. Eram fortes os desejos de não mais respirar pelos pulmões, entretanto, a esperança de ver aqueles pequenos, um dia, adultos e felizes, inclinava-me a uma renovação como pessoa. Não mais importava o amor de Heloísa. Minha vida era tão pequena. Foi quando perdi o peixe vermelho de vista ao ouvir:
Precisamos ir embora. A galera já está no portão!
É. Vamos lá!
Eu, emocionado, contudo, um pouco distante das palavras das crianças, analisava as múltiplas faces de Heloísa. Cada suspiro parecia dizer o muito que ela sentia e o pouco que podia ser feito. Aos poucos, outras crianças foram chegando e se misturando, de maneira que ficou difícil concentrar-se em uma só.
Eu, emocionado, contudo, um pouco distante das palavras das crianças, analisava as múltiplas faces de Heloísa. Cada suspiro parecia dizer o muito que ela sentia e o pouco que podia ser feito. Aos poucos, outras crianças foram chegando e se misturando, de maneira que ficou difícil concentrar-se em uma só.
Ficamos conversando no banquinho de concreto que meu pai fez na última reforma, há uns três anos. Não tinha muitas experiência para saber ou não se uma menina estaria me dando bola ou não, mas, tinha em meu coração, a intuição de que algo verdadeiro nascia naquela jovem que imaginava ser de outro cara. Existia algo no olhar de Heloísa que me dizia o quanto ela me queria, o quanto me desejava. Precisava saber exatamente saber o que fazer para arrancar de uma menina tão pura, seus sentimentos mais íntimos. Eu não sabia o que fazer. Essa era a realidade. Se tentasse algo, poderia escutar: “Você confundiu as coisas ou só te quero como amigo.” Porém, não tentar uma aproximação naquele momento, representaria a derrota sem ao menos uma ofensiva. Precisava dar o pontapé inicial.
Em frente à minha casa, sentados em um tronco de árvore, contávamos conquistas e derrotas. Muitas vezes planejávamos convencer alguma menina a ficar com alguém da galera. Isso tudo acontecia depois das 18:00 horas, quando a noite começava aparecer. Quando as meninas juntavam-se à galera, a festa estava completa. Além da necessidade de aparecer cada vez mais, disputávamos que conseguiria ficar abraçado com a mais bonita delas. Quase sempre não conseguia sucesso, mas acreditava que quando acontecesse não seria somente por distração, mas por algo forte e duradouro. Ao perceber a maioria dos colegas abraçados com alguma menina, sem perceber, vivia uma comédia romântica em minha cabeça. Era como estar o corpo presente e os pensamentos em outros lugares. E quando pensava em garotas, pensava em Heloísa. Foi quando, um dia, a mesma apareceu na minha frente acenando com a mão em meu rosto para demostrar que realmente eu estava longe. Levei um baita susto. Como essa menina consegue aparecer e desaparecer aos meus olhos e pensamentos com tanta rapidez?
Não tínhamos, nessa época, nem sequer um plano de como ser vitorioso, mas conseguíamos visualizar nossa realização, e assim como muitos garotos, sonhávamos distantes do que realmente viríamos ser.
Viver é bom! As garotas da turma também sonhavam ser estrelas da televisão, modelos ou cantoras. Queriam sucesso! Não sabíamos, mas o maior tesouro que tínhamos eram nossos sonhos. E hoje, um dos maiores tesouros que temos é relembrar o que sonhamos e comparar com o que realmente nos tornamos.
Não consigo recordar todos os amigos que tive ao longo de minha adolescência. Alguns amigos chegaram e conosco permanecem por muito tempo deixando marcas impossíveis de serem apagadas. Outros passaram em curta temporada sem, ao menos, deixar vestígios em nossa memória depois de dois anos. Existem aqueles que ficam muito tempo ao nosso lado, mas por serem tão discretos podemos contar em uma única mão o número de estórias inesquecíveis. Em contrapartida, existem os amigos que passam em nossas vidas como foguetes, porém, deixam seqüelas irreparáveis.
Lembro-me bem de cada rosto, cada sonho. Sonhávamos ser famosos e ter muito dinheiro. Queríamos muitas mulheres e carros, mas detrás de sonhos exuberantes, acredito, existir um único desejo: ser feliz. Não queríamos ser como nossos pais ainda eram. Talvez nossos pais fossem felizes, mas deveríamos ser tudo aquilo que eles sonharam e não conseguiram ser, por motivos diversos.
Crescíamos como se nada em volta mudasse com o tempo. A minha turma, além de os Nerd’s, era popularmente conhecida como os roqueiros. Apesar de nem todos serem roqueiros. Queríamos aproveitar a vida em uma favela que não nos dava muitas condições de atingir um grau considerável de diversão, contudo, exercíamos a feliz atitude de ser. E essas felicidades esporádicas, somente saberíamos ser prazerosas anos depois. Na hora tudo é muito confuso e vergonhoso. É o medo de servir de chacota para com os amigos, de tomar um não de uma menina, de tomar uma bronca do pai no meio da rua, enfim, tudo aquilo que parece ser o fim do mundo, mas que com o tempo torna-se uma grande comédia.
Tentei concentrar-me em um peixe só no lago. Seria um teste para saber o quanto poderia desligar-me deste mundo. Por instantes desejei ser aquele peixe vermelho que parecia mandar no pedaço. Eram fortes os desejos de não mais respirar pelos pulmões, entretanto, a esperança de ver aqueles pequenos, um dia, adultos e felizes, inclinava-me a uma renovação como pessoa. Não mais importava o amor de Heloísa. Minha vida era tão pequena. Foi quando perdi o peixe vermelho de vista ao ouvir:
Lembro-me muito bem quando e como conheci minha primeira namorada. Era uma linda menina ruiva, tinha 14 anos, católica e muito bem educada. Parecia uma princesinha romena. Na ocasião, os amigos da rua 18 estavam organizando a festa de fim de ano de 1996 e a menina ruiva foi convidada por uma amiga da rua. Seu nome: Heloísa. Ah! Ela tinha cabelos bem vermelhos, pintinhas no rosto, um sorriso perfeito. Era tímida, recatada. Pensei que não me daria confiança, mas deu. Trocamos olhares desconfiados sem palavra alguma até meia-noite. Assim que virou a ano, aproximei-me de Heloísa e sem que minha razão conhecesse meus atos, disse:
Você está linda! – disse olhando para seus dois cachinhos caídos em seu rosto.
Você está brincando, né? – perguntou-me como se eu fosse um cafajeste investindo mais uma cantada.
Sabe, cresci imaginando que o mundo acabaria no ano 2000. Coisas de adolescente medroso. Na verdade, todo adolescente tem muito medo. E esse medo sempre guardei a sete chaves na caixa da minha prepotência. Coisas da idade. Mas acontece que, em 1997, na Cidade de São Gonçalo, no Estado Rio de Janeiro, ouvíamos Mc Marcinho e Cacau, ainda que escondido no canto da sala para os amigos não saberem, pois o Funk sempre foi muito mal visto. Eram músicas consideradas de baixo escalão, mas sempre gostei. Falam de amor, sofrimento, desilusões, sonhos e esperanças. Imaginávamos que o destino de todo homem era encontrar a mulher ideal e ser feliz. Sabe aquela estória de querer definir a vida quando se tem apenas 16 anos? Era mais ou menos isso! Mas esse desespero não vinha simplesmente do medo do fim do mundo. Vinha de uma vontade imensa de se viver tudo que Marcinho e Cacau, Claudinho e Buchecha e Suel e Amaro, cantavam. O que fazer para aproveitar a vida em 3 anos?
Quem nunca sentiu a extrema necessidade de sair “caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento, no sol de quase dezembro?” Existe sempre uma vontade, às vezes espontânea, de sentir-se livre. A liberdade, em alguns momentos – principalmente quando se é jovem demais –, é vista sob a ótica daqueles desapegados de compromissos com outras pessoas. Todavia, com o passar do tempo, percebemos que a liberdade é muito mais um estado de espírito que a ausência de uma outra pessoa. O ser humano, por natureza, necessita de carinho, amizade, amor e segurança. E estar livre é gozar das características humanas em sua, ao menos, quase totalidade. Pouco tem haver o fato de estar com compromissos, ou não. Na verdade, o que vale é estar bem consigo mesmo. Mário Quintana já dizia que para atrair as borboletas era necessário somente cuidar do seu próprio jardim. Quando se está bem espiritualmente se está pronto para os sentimentos mais humanos. A capacidade de estar disponível para o amor quando se está realmente disponível é extraordinária. Os que não conseguem sentir no coração sentimentos que não sejam raiva, mágoa, fobia de sentir, desespero, angústia, desesperança etc, são pessoas incompletas. Precisamos aproveitar as melhores coisas da nossa juventude. Juventude esta que nem sempre irradia em quem tem pouca idade. Precisamos ver o companheiro como uma pessoa que, realmente, possa amar de verdade (ainda que no futuro longínquo) e que possa ser fiel. Fidelidade não da carne, mas da confiança e amizade depositada nos sentimentos inesgotáveis. Sentir a amizade apertar o coração, a confiança evidenciar formas e o medo de dizer coisas bonitas por não querer estragar tudo, é comovente. E você, leitor, pode até achar que sou um louco, mas tudo que eu sempre quis foi “Depois de tudo ainda ser feliz. Mas já não há caminhos pra voltar. O que é que a vida fez na nossa vida? O que é que a gente não faz por amor?”